Como cuidar de coelhos: perigos dentro e fora de casa

Como cuidar de coelhos: perigos dentro e fora de casa

Um coelho doméstico, ao qual é permitida liberdade dentro de casa e no quintal, goza de um estilo de vida que sociável, estimulante e confortável. Todavia, para que esse seja um estilo de vida seja seguro, é necessário que sua casa torne-se segura para o coelho. Isto é, um ambiente no qual o cuidador elimine ou reduza ao máximo possíveis riscos. Tornar a sua casa segura é passo essencial para entender como cuidar de coelhos.

Como cuidar de coelhos: com quais perigos externos eu preciso me preocupar?

Como cuidar de coelhos

O perigo mais imediato para um coelho fora de casa é o ataque de predadores. Uma coelheira de quintal não oferece suficiente proteção, pois predadores determinados podem entortar ou romper arames; e os mais ágeis podem inclusive abrir portas de gaiolas.

A mera presença de predadores pode desencadear uma reação extrema em um coelho; um ataque de pânico durante o qual o coelho corre descontroladamente para frente e para trás, e se torce e debate.

Um coelho neste estado pode quebrar suas próprias costas, ou morrer de um ataque cardíaco. Um sobrevivente pode ficar com sequelas permanentes ou desenvolver infecções a partir de feridas causadas por mordidas ou garras.

Como a maioria dos predadores caça de noite, recomenda-se que um coelho solto ao ar livre seja levado para dentro de casa todas as noites. Uma casinha coberta e resistente no quintal é geralmente suficiente para desencorajar ataques durante o dia, especialmente se tiver humanos por perto.

Um coelho, mesmo castrado ou esterilizado, ao qual se permita a liberdade de um quintal, irá seguir seu instinto de cavar tocas. Com o tempo, essas tocas podem tornar-se elaboradas ao ponto de o cuidador não o conseguir pegar seu coelho.

Parecem inofensivas, mas essas tocas profundas em que não conseguimos alcançar mais o coelho podem se tornar um grande problema. Principalmente se o coelho estiver assustado, ferido ou doente, se uma coelha estiver grávida, ou se ele/ela tiver outra necessidade qualquer que requeira ajuda humana.

Além disso, existe a possibilidade de o solo conter bactérias nocivas para a saúde dele. Portanto, recomendamos que o coelho satisfaça seu desejo de cavar em uma coelheira ou caixa cheia com palha limpa substituída regularmente. Escavações profundas na terra podem ser desencorajadas pela adição de um fundo de arame em sua casinha. Ou até mais simples: basta preencher as novas tocas assim que iniciadas. Exercício para o humano e segurança para o coelho…

Removidas suas tocas naturais, deve-se fornecer ao coelho proteção contra o mau tempo. Um coelho cujo estilo de vida saudável permita-lhe interagir com sua família humana dentro de casa pode compartilhar de seu ambiente confortável. Aliás, é de suma importância ao coelho que ele se sinta parte da família.

Um coelho que esteja sofrendo com o calor pode ser arrefecido pendurando-se toalhas molhadas sobre sua casinha, ou colocando próximas a ele garrafinhas de água congeladas envoltas por toalha.

Muitas pessoas acreditam um coelho seja capaz de evitar instintivamente plantas venenosas no quintal. Isso não é verdade! Aconselhamos fazer uma lista de todas as plantas no quintal, e em seguida pesquisar quais dentre elas são venenosas. Até que todas as plantas venenosas sejam removidos do quintal, o coelho deve permanecer dentro de casa. Em se tratando de plantas, há ainda o risco de envenenamento pelo uso de fertilizantes e pesticidas.

Outro risco se apresenta fora de casa, especialmente para coelhos fisicamente comprometidos. Qualquer coelho que seja incapaz de limpar completamente urina ou fezes da sua pele, fica vulnerável ao ataque de enxames de moscas, uma condição que oferece risco de vida. Prevenir-se quanto a essa possibilidade implica examinar coelhos nessas condições uma ou duas vezes por dia, mantendo-os sempre limpos e secos.

Outros insetos ameaçam coelhos que vivem fora. Um quintal infestado de pulgas pode sujeitar um coelho a anemia por pulgas. Em algumas áreas, a mixomatose, uma virose mortal, pode ser transmitida a coelhos domésticos por picadas de inseto.

Finalmente, um perigo insidioso a um coelho que viva do lado de fora é a desatenção de seu cuidador. Mesmo que o coelho esteja bem alimentado, hidratado e abrigado, pouca observação e manuseio pouco frequentes podem fazer com que problemas de saúde sejam percebidos apenas tarde demais.

Em resumo, perigos externos são minimizados através de uma rotina que permita ao coelho entrar em casa quando necessário durante o dia. E é obrigatório que o coelho esteja alojado em casa durante condições meteorológicas extremas, ou quando estiver doente. Finalmente, apesar de ser divertido para eles e também um bom exercício, socializar com a família e a observação ativa de seu comportamento e saúde pelo cuidador devem ser imprescindíveis.

Como cuidar de coelhos: com quais perigos eu preciso me preocupar dentro de casa?

Como cuidar de coelhos

Como dito, e muito importante para o coelho ser parte da família. Por isso, a interação com a sua família é essencial para a saúde do orelhudo. Quanto maior a interação, mas ele se sentirá seguro, terá liberdade para se expressar e claro, mais carinho, fofura e amor poderemos desfrutar desse serzinho tão querido. Mas para que isso ocorra da melhor maneira possível, criar um ambiente seguro é parte fundamental de como cuidar de coelhos.

Choque cardiogânico ocasionado pela mastigação de cabos elétricos são perigo mais imediato para um coelho solto dentro de casa. Coelhos têm um desejo fortíssimo de roerem os cabos e fios da casa! Cabos que atravessem seu caminho, ou lugares que lembrem túneis, como embaixo do sofá, são especialmente tentadores. Tornar a casa “à prova de coelho” significa envolver cabos elétricos em plástico resistente, ou bloquear o acesso a eles, como os colocando em alturas que os coelhos não possam alcançá-los. Esse é o passo mais importante na preparação da casa para chegada de um coelho.

Supervisioná-lo pode não ser suficiente para impedir uma mordida repentina em um fio elétrico, mas ainda assim útil observá-lo e, quando necessário, intervir, reduzindo sua atividade. Coelhos com menos de um ano são pequenos demônios, saltando por cima, sobre, sob e dentro do mobiliário. “Quão alto pode saltar um coelho?” Isso depende da determinação e da capacidade atlética do individuo em questão. Um erro nos cálculos do coelho pode resultar em queda, aprisionamento, pânico, batidas ou lesões. Coelhos são naturalmente parkour!

Geralmente, coelhos maduros são menos aventureiros e, após um período de observação, pode lhes ser dada liberdade sem supervisão.

A tendência do coelho para mastigar é um hábito mais perigoso que inconveniente. É assim como as do quintal, as plantas da casa devem ser identificados e as venenosas removidas. Materiais sintéticos, em particular carpetes e tapetes, se ingeridos em grandes quantidades, podem bloquear o sistema digestivo do coelho. Isso pode ser evitado pela oferta de alternativas de mastigação naturais (feno, madeira, papelão*, etc), restrição de acesso a áreas com carpete, e castração do coelho para diminuir o desejo de modificar território.

*Devem ser oferecidos papelões que não contiveram nenhum produto químico como detergentes, águas sanitárias etc.

Muitas vezes um coelho criado dentro de casa encontra em sua gaiola um porto seguro, voltando lá para comer ou descansar — lembre-se que a gaiola deve ser usada para prender o coelho apenas em situações pontuais, nas quais seja necessário isolá-lo para sua própria proteção, um coelho jamais deve ser criado confinado em uma gaiola!

No entanto, uma gaiola de arame também pode representar um perigo se o coelho nela enroscar as unhas, patas, ou dentes. Assim sendo, coloque dentro dela um descanso de patas de madeira não tratada ou papelão, um banheirinho, caso a própria gaiola não seja usada para esse fim, e brinquedos para passar o tempo. E, para a segurança psicológica, um ninho de madeira não tratada ou mesmo de papelão. Eles vão amar! Eles adoram uma toca, um buraco…

O cuidador deve ter em mente que coelhos possuem uma estrutura frágil, e que fraturas na coluna vertebral podem ocorrer caso o coelho tente se soltar enquanto é segurado inadequadamente, ou caso seja solto abruptamente.

Formas de manuseio seguras podem não ser intuitivas e requerem prática. Um cuidador adulto também deve proteger o coelho da manipulação por crianças pequenas, assim como de brincadeiras mais brutas com outros animais de estimação. Se tiver por companheiro um gato, suas garras devem ser aparadas, se um cão, esse deve ser treinado e supervisionado antes que lhe seja permitida qualquer interação com o coelho. Dois coelhos estranhos devem ser apresentados sem pressa e com todo cuidado, a fim de evitar brigas.

Um coelho criado em casa pode ser levado para passear em coleira. No entanto, até mesmo o coelho mais confiante pode entrar em pânico, se subitamente consciente do espaço aberto, da restrição da coleira, ou da aproximação de um animal desconhecido. Prefira fazer o passeio em áreas que lhes sejam familiares e sem interação  com animais predadores. Sá o cheiro de um cachorro, por exemplo, é motivo suficiente para o coelho entrar em pânico.

Alguns cuidadores de coelhos podem receber esses conselhos com uma atitude ceticista: “Pipoca comeu o cabo da TV e não aconteceu nada”, “Algodão afugenta os gatos no quintal.”

Não negamos que coelhos sejam animais resilientes e criativos. Mas quando a longevidade de nossos companheiros é uma prioridade, não podemos nos dar ao luxo de sermos complacentes com sua segurança. Se você valoriza o seu coelho, e quer que ele envelheça ao seu lado, elimine perigos no seu ambiente!

Adaptaptado do texto Outdoor and Indoor Hazards disponível em:
http://rabbit.org/faq-outdoor-and-indoor-hazards-to-companion-rabbits/

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